Adolescência

AS DIFERENTES ETAPAS DA ADOLESCÊNCIA

A puberdade ou adolescência inicial (11 a 14 anos):

- Nasce a intimidade (o despertar do próprio "eu").
- Crise de crescimento físico, psíquico e maturação sexual.
- Não há ainda consciência daquilo que se está a passar.
- Conhece pela primeira vez as suas limitações e fraquezas, e sente-se indefesa.

- Desequilíbrio nas emoções, que se reflecte na sensibilidade exagerada e na irritabilidade de carácter.
- "Não sintoniza" com o mundo dos adultos.
- Refugia-se no isolamento ou no grupo de companheiros de estudo, ou integra-se num grupo de amigos.

Ajudas positivas:

- Conhecer bem cada adolescente, os seus pontos fortes, as suas fraquezas, amizades, etc.
- Revelar-lhe como é, o que lhe está a suceder e que sentido têm as mudanças que está a sofrer.
- Que conheça as suas limitações e as suas possibilidades.
- Ajudá-lo a esclarecer o que é a autêntica liberdade, distinguindo-a da libertinagem.
- Que desenvolva a virtude da fortaleza, para que possa fazer por si mesmo esforços pessoais.
- Fomentar a flexibilidade nas relações sociais.
- Sugerir actividades que lhe permitam estar ocupada.



A adolescência média (13 a 17 anos):
- Do despertar do "eu" passa-se à descoberta consciente do "eu", ou da própria intimidade. A introversão tem agora lugar, pois a adolescente média precisa de viver dentro de si mesma.
- Aparece a necessidade de amar. Costumam ter imensas amizades. Surge o "primeiro amor".
- A timidez é característica desta fase. Medo da opinião alheia, motivado pela desconfiança em si mesmo e nos outros.
- Conflito interior ou da personalidade.
- Comportamentos negativos, de inconformismo e agressividade para com os outros, causados pela frustração de ainda não poderem valer-se por si mesmas.

Ajudas positivas:

- Guiá-las para que adaptem as suas condutas às aspirações mais nobres e íntimas que descubram dentro de si.
- Que saibam desmascarar as manipulações publicitárias e as do meio ambiente, especialmente as do consumismo e tudo aquilo que não lhes permita meterem-se dentro de si mesmas e reflectir.
- Que aprendam a procurar o silêncio, para que, sem medo, possam conhecer-se a si mesmas - a pensar e a reflectir - e descobrir as suas mais profundas aspirações e fazer propósitos com decisão.
- Colaborar com elas para que descubram o valor e o respeito pela intimidade.
- Que se esforcem por pensar e reflectir com rigor, evitando a superficialidade.
- A paciência e o amor, unidos a uma suave firmeza, são os recursos para libertar o jovem da esfera das suas impertinências.
- Evitar os enfrentamentos violentos. Permitir-lhe que se acalme perante as suas reacções violentas.
- Manter a serenidade a todo o custo, para poder dialogar com ela.

A adolescência superior (16 a 22 anos):

- Começa a compreender-se e a encontrar-se a si mesma e sente melhor a integração no mundo onde vive.
- Apresenta um significativo progresso na superação da timidez.
- É mais serena na sua conduta. Mostra-se menos vulnerável às dificuldades.
- Tem maior autodomínio.
- É a época de tomar decisões: futuro, estudos...
- Começa a projectar a sua vida.
- Estabelece relações mais pessoais e profundas.

Ajudas positivas:

- Que aprendam a escutar e a compreender os que pensam de forma diferente da delas ou do seu pequeno grupo, mas que não abdiquem das suas ideias ou princípios.
- Que reflictam constantemente sobre os pontos de vista que são contrários aos seus, sabendo interpretá-los adequadamente.
- Que saibam suportar as contrariedades que qualquer responsabilidade implica, seja própria ou perante os outros.
- "Querer é poder". Que se convençam de que é possível conseguir mais se nos propomos seriamente a isso.

Tópico para lidar com uma adolescente:

- Mostra-lhe sincera amizade.
- Estabelecer uma comunicação baseada no respeito, na confiança e na oportunidade.
- Ter sempre muita compreensão.
- Aprender a escutá-la.
- Exigir suavemente, mas com firmeza.
- Compartilhar dos seus projectos.
- Medir bem aquilo que lhe exigimos.
- Manter firmeza nas decisões que se tiverem tomado.
- Ceder nas coisas de pouca importância.